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A Brasil Game Show (BGS), que começou modestamente em uma quadra esportiva do Rio de Janeiro, se transformou na maior feira de games da América Latina, atraindo cerca de 2 milhões de fãs e influenciadores ao longo de sua trajetória de 15 anos. O evento, fundado por Marcelo Tavares, passou de um dia de duração para uma semana inteira de atrações, consolidando-se como um ponto de encontro essencial para jogadores, desenvolvedores e criadores de conteúdo. Na próxima quarta-feira, a feira se mudará para o Expo Center Norte, em São Paulo, para mais um fim de semana repleto de novidades.
A primeira edição da BGS ocorreu em 2009 e foi voltada principalmente para os entusiastas de consoles. Com o crescimento da demanda, o evento expandiu seu alcance na segunda edição, tornando-se nacional e conquistando o título de maior evento de games da América do Sul em 2010. O espaço do Rio de Janeiro logo se tornou insuficiente para comportar o público crescente, levando à transferência para São Paulo em 2012, onde a feira ganhou estrutura e visibilidade, com cinco dias de programação intensa. “Sempre sonhei em criar um grande evento de games no Brasil, similar aos que vi nos Estados Unidos e no Japão.
Ao olhar para trás, percebo como a BGS acompanhou o crescimento da indústria e as mudanças no público”, reflete Tavares, que atualmente é CEO da iniciativa. A evolução tecnológica e a diversidade de plataformas são algumas das principais mudanças que moldaram o evento. Inicialmente focada em consoles, a BGS teve que se adaptar à explosão do PC gaming, que passou a rivalizar com os consoles tradicionais. Além disso, a ascensão dos influenciadores digitais, a partir de 2012, trouxe um novo público para a feira, e a expectativa para 2024 é de que mais de 8 mil influenciadores estejam presentes.
A capacidade da BGS de se adaptar ao mercado é uma de suas características mais marcantes. O surgimento de novos públicos, como os cosplayers e a popularidade dos jogos no modelo “Game as a Service”, como Fortnite e Genshin Impact, exigiram uma atualização constante do evento. “Atendemos agora a todos os públicos: fãs de consoles, de PC, de mobile e até os retro gamers e desenvolvedores independentes”, explica Tavares.
Um exemplo claro dessa evolução é a Avenida Indie, que começou com apenas sete estandes e hoje conta com mais de 100, tornando-se um espaço importante para desenvolvedores brasileiros exibirem seus projetos. Outro destaque é a Arena Arcade, dedicada aos jogos retrô, que resgata a nostalgia e atrai tanto novos quanto antigos fãs. Tavares também aborda o impacto da economia sobre o consumo de jogos no Brasil. O alto custo de hardware e jogos sempre foi um obstáculo, mas a crescente oferta de jogos gratuitos e opções de assinatura vem ampliando o acesso a esse universo. “Antes, a pirataria era um problema significativo, mas agora temos um mercado mais acessível e legalizado”, afirma.
Olhar para o futuro revela um grande potencial para o Brasil se firmar como um dos principais produtores globais de jogos, especialmente no desenvolvimento de títulos de alto orçamento, conhecidos como triple A. Nos próximos 15 anos, a BGS planeja continuar sua expansão, implementando iniciativas como a BGS Store e competições de esports e cosplay, além de integrar tecnologias emergentes, como realidade virtual (VR) e realidade aumentada, sempre com o objetivo de oferecer a melhor experiência possível para o público.